MINICURSO  João Pedro Cachopo (Universidade Nova de Lisboa), “O caso Bartleby: literatura, política e filosofia.”

Data 13/06/2016 a 17/06/2016

Título das sessões

1 – O enigma de Bartleby – 13 de junho, sala LF42, das 13 às 18hs

2 – Entre a fórmula e a alegoria: Deleuze – 14 de junho, sala L581, das 13 às 16hs

3 – Entre a fórmula e a alegoria: Agamben – 15 de junho, sala LF42, das 13 às 18hs

4 – Entre a fórmula e a alegoria: Negri/Hardt, Žižek, &Co. – 16 de junho, sala LF42, das 13 às 18hs

5 – Resistência(s) da literatura – 17 de junho, sala F201A, das 13 às 18h

 

Filosofia e Literatura – LET 2562/1DA

Resumo

Tornou-se consensual reconhecer em Bartleby – o anti-herói da novela publicada por Herman Melville em 1853 – uma personificação da resistência da literatura. Da literatura, mas não só: a fórmula do escrivão, o seu famigerado “I would prefer not to”, teria o condão de inspirar novas formas de pensar e praticar a política para além do espaço literário. Temas como o involuntarismo, a resistência passiva, a crítica à servidão voluntária atravessam as leituras propostas por autores como Deleuze, Agamben, Blanchot, Derrida, Negri, Hardt, Žižek, entre outros. Abordaremos os textos destes autores em busca não só do que os aproxima mas também do que os separa. Pois como poderiam a figura e a divisa de Bartleby, se é de resistência que nelas se trata, dar lugar – sem atrito, sem desvio, sem torsão – a um qualquer consenso? Tomando como ponto de partida esta questão, estará em causa discutir e problematizar a relação entre literatura, política e filosofia.

Bibliografia

Agamben, Giorgio, “Bartleby, ou Da Contingência”, in Bartleby. Escrita da Potência, ed.  Pedro A. H. Paixão, Lisboa, Assírio & Alvim, Press, 1999, pp. 7-49.

Benjamin, Walter, “Sobre o conceito de história”, in O Anjo da História, ed. e trad. João Barrento, Lisboa, Assírio & Alvim, 2010, pp. 9-20.

Berkman, GisèleL’effet Bartleby. Philosophes lecteurs, Paris, Hermann, 2011.

Blanchot, MauriceL’écriture du désastre, Paris, Gallimard, 1980.

Brito, Vanessa (org.), Herman Melville: A vontade, as palavras e a acção, Lisboa, Vendaval, 2013.

Cachopo, João Pedro, “Exasperar Bartleby: Fórmula, Alegoria, Reticência”, in Aletria: Revista de Estudos de Literatura, vol. 24:3 (2014), pp. 11-23.

Deleuze, Gilles, “Bartleby, ou la formule”, in Critique et clinique, Paris, Minuit, 1993, pp. 89-114.

Derrida, JacquesDonner lamort, Paris, Galilée, 1999

Han, Byung-Chul, “O caso Bartleby”, in A Sociedade do Cansaço, Lisboa, Assírio & Alvim, 2014, pp. 45-50

Hardt, Michael & Negri, AntonioEmpire, Cambridge, MA/London, Harvard University Press, 2001.

Jaworski, PhilippeLe désert et l’empire, Paris, Presses de l’ÉcoleNormaleSupérieure, 1986.

Melville, HermanBartleby, trad. Gil de Carvalho, Lisboa, Assírio & Alvim, 2010.

Rancière, Jacques, “Deleuze, Bartleby et la formulelittéraire”, in La Chair des mots. Politiques de l’écriture, Paris: Galilée, 1998, pp. 179-203.

Vila-Matas, EnriqueBartleby & Companhia, Lisboa, Assírio & Alvim, 2001.

Žižek, SlavojThe Paralax View, Cambridge, MA/London, MIT Press, 2009.

Zourabichvili, François, Deleuze et le possible (de l’involontarisme en politique), in Alliez, Éric (org.), Deleuze, une vie philosophique, Paris, PUF, 1998, pp. 335-357.

João Pedro Cachopo é professor auxiliar convidado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e membro integrado do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical. Enquanto ensaísta, pesquisador e tradutor, os seus interesses incidem particularmente sobre a relação entre estética e política, as práticas interartísticas e o pensamento crítico contemporâneo. Desenvolve atualmente um projeto de pesquisa sobre as representações cinematográficas da ópera, a que dará seguimento na University of Chicago e na Universidade Nova de Lisboa no contexto de uma Marie Skłodowska-Curie Action patrocinada pela Comissão Europeia (2017-2020). Foi Investigador Visitante na University of Durham (2012) e na Columbia University in the City of New York (2015). É o autor de Verdade e Enigma: Ensaio sobre o pensamento estético de Adorno (Vendaval, 2013), que recebeu o prémio do PEN Clube Português na categoria de Primeira Obra em 2014, bem como de vários ensaios publicados em volumes coletivos e em revistas como Artefilosofia, Colóquio/LetrasParrhesia: A Journal of Critical Philosophy, Opera Quarterly, entre muitas outras. É co-editor da revista Imprópria: Política e Pensamento Crítico e membro do coletivo Unipop. Traduziu Bernard Aspe, Georges Didi-Huberman, Jacques Rancière e Theodor W. Adorno.

Compartilhar
Tweet about this on TwitterShare on FacebookShare on Google+Print this pageEmail this to someone

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *