DEFESA DE DOUTORADO: “As mutações de Dioniso: da Visão dionisíaca de mundo ao Gênio do coração”, por MICAEL ROSA SILVA

Data: 28/09/2018 às 16h

Local: L1156

Área de concentração: Filosofia

Orientador: Pedro Duarte de Andrade

 

Resumo: Esta tese tem como objeto de estudo as múltiplas formas que “Dioniso” assume ao longo do pensamento de Nietzsche. Seja como o deus “personagem conceitual”, seja como o símbolo “dionisíaco”, seja como a “embriaguez”, ou, seja como a música, ele acompanha Nietzsche durante toda sua produção intelectual, relacionando-se direta ou indiretamente com todos os grandes temas de sua filosofia. No entanto, o significado de Dioniso não é o mesmo durante toda a sua obra; pelo contrário, sua significação sofre uma radical transformação. Primeiramente, Nietzsche encontra em Dioniso a chave para compreender a visão de mundo dos gregos antigos e para decifrar a própria existência. Em seus primeiros escritos, que compreendem a fase conhecida como “metafísica do artista”, o dionisíaco é essencial para uma teoria estética que reconhecia no elemento musical das tragédias gregas o alto momento da cultura ocidental. Nesse período, influenciado por Schopenhauer e por Richard Wagner, Nietzsche defende que a arte dionisíaca é a esperança de renovação da cultura moderna. Todavia, o filósofo rompe com seus próprios preceitos, afasta-se do pessimismo schopenhauriano e da estética wagneriana. Suspende, temporariamente, as menções ao deus e inicia a elaboração de uma filosofia trágica, isto é, combatente a toda forma de negação da vida. O segundo Dioniso renasce na obra nietzschiana despido de roupagem metafísica. Passa a ser ligado à imanência, aos instintos, à afirmação da existência e ao louvor do instante. Tendo isso em vista, esta tese divide-se em quatro partes que, juntas, formam um todo, uma verdadeira tragoedia nietzschiana: primeiro, quem era o deus antigo Dioniso; segundo, quais são os desdobramentos filosóficos do Nascimento da tragédia; terceiro, o que vem à cena enquanto Dioniso é calado; e, por fim, quais as nuances do Dioniso renascido e qual sua importância, segundo Nietzsche, para o entendimento da cultura e da vida.

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