Ao mesmo tempo, o livro é em grande medida uma obra de seu tempo, escrita na esteira de maio de 1968 e em meio a uma explosão de movimentos sociais e reivindicações dos mais variados tipos. Com efeito, ele parece encarnar seu momento histórico a tal ponto que uma de suas teses centrais – de que o real é produzido por máquinas desejantes – parece elaborar um conhecido slogan do 1968 francês: “Prenez vos désirs pour des réalités” (“tome seus desejos por realidade”). O que este evento pretende explorar é tanto o sentido de teses como esta quanto a atualidade das consequências práticas e políticas que seguem delas. Em que medida um “realismo de desejo” não põe em questão nossa relação com o real e, por extensão, a própria filosofia? Que implicações práticas podemos extrair de conceber o mundo e nossa atividade de criação conceitual nestes termos? Até que ponto o projeto de libertar o desejo da repressão social e da pacificação psicanalítica pode ser considerado realizado, fracassado ou ultrapassado pelas transformações por que o mundo passou nas últimas décadas? As apostas teóricas e políticas de Deleuze e Guattari em 1972 permanecem integralmente válidas – ou é preciso repensá-las à luz de uma realidade social profundamente mudada e a própria experiência histórica de seus limites?
2ª Feira, 03/10:
14h15: Boas-vindas e Abertura
14h30: Eduardo Viveiros de Castro (Museu Nacional/ UFRJ), “A Máquina Territorial Primitiva”
15h10: John Protevi (Louisiana State University), “O Espaço da Quilombagem”
15h50: Debate
16h20: Coffee Break
16h40: Cíntia Vieira da Silva (UFOP), “As Máquinas Desejantes e o Sexo das Plantas”
17h20: Anne Sauvagnargues (Paris X – Nanterre), (título a ser confirmado)
18h: Debate
18h30: Intervalo
18h40: Conversa com Suely Rolnik (PUC-SP): “Como Anda Hoje o Exercício Anti-Edipiano no Combate ao Neoliberalismo e ao Fascismo?
3ª Feira, 04/10:
14h30: Daniela Voss (Hildesheim), “O Espinozismo de Deleuze e Guattari”
15h10: Ulysses Pinheiro (UFRJ), “Derrida n’O Anti-Édipo e a Arquiterritorialização Colonial”
15h50: Debate
16h20: Lançamento do livro A economia contra ela mesma: Por uma arte anticapitalista do acontecimento, de Brian Massumi (ed. n-1) e coffee break
17h: J-P Caron (UFRJ), “Plano de Construção e Plano de Situação: Capitalismo e Esquizofrenia e a crítica de Paulo Arantes à ‘Ideologia Francesa’”
17h40: Cristina Póstleman (Universidad Nacional San Juan), “Leituras em Negro d’O Anti– Édipo”
18h20: Larissa Drigo (USP), “Édipo na Periferia”
19h: Debate
4ª Feira, 05/10:
14h30: Andrew Goffey (Nottingham), “Coletivos, Máquinas, Creatividade Institucional”
15h10: Rodrigo Nunes (PUC-Rio), “Organizar o Desejo: Que
Política Depois d’O Anti-Édipo?”
15h50: Debate
16h20: Coffee Break
16h40: Paulo Henrique Flores (COLUNI/UFF), “A Lógica do Processo de Produção: O Anti-Édipo e a Luta pela Reconstituição de uma Posição Materialista em Filosofia”
17h20: Rodrigo Gueron (UERJ), “A Morte Não É uma Mercadoria Qualquer: o Fascismo como a Economia-Política da Violência e da Morte”
18h: Brian Massumi (Montreal), “Uma Introdução à Vida Não-Fascista, ou: a Personalidade do Poder Revisitada”
18h40: Debate
O evento é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUC-Rio (PPGFIL/PUC-Rio); Programa de Pós-Graduação Lógica e Metafísica da UFRJ (PPGLM/UFRJ) e pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UERJ (PPGFIL/UERJ), o Grupo de Pesquisa Materialismos (CNPq) e o Projeto Capes PrInt “Política e Pensadores em Rede”. Ele conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ) e do Programa de Internacionalização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes-PrInt).