Data: 11/04/19 às 11h
Local: sala L582
Resumo:
Em seu tratado “Sobre a Eternidade e o Tempo” (III. 7 [45]), antes de apresentar sua própria concepção de tempo, Plotino (séc. 3 d.C.) dedica algumas boas páginas à refutação de outras definições do tempo, entre elas a elaborada por Aristóteles em Física 4. 10-14. Com pressupostos e objetivos bem distintos, a critica Plotino à vigorosa reflexão aristotélica deixa clara sua falta de vontade de entender a definição de Aristóteles. Praticamente toda sua refutação, portanto, é inválida. Todavia, um ponto da crítica plotiniana parece merecer atenção: ao contrário de Aristóteles, para quem a ideia de tempo é necessariamente posterior à percepção do movimento, Plotino sugere que a percepção do movimento pressupõe algum tipo de apreensão do tempo. Pretendemos, assim, explorar este aspeto da reflexão plotiniana acerca do tempo.